sexta-feira, setembro 03, 2010

O Logótipo - Arte a preto-e-branco

por | João Paulo

A cor é normalmente tida como um elemento crucial na elaboração dum logótipo. É pelo menos altamente considerada nas artes visuais e tida como importante na representação visual duma empresa.

Num mundo gráfico onde a cor é usada para chamar mais à atenção das pessoas que são hoje em dia cada vez mais expostas à publicidade, tornando o cenário da nossa atenção mais desfocado, eis que o design visual a preto-e-branco acaba por destacar-se pela sua calma monocromática.

Na comunidade criativa, a cor é de tal maneira um elemento tido como garantido, que muitos dos artistas gráficos acabam por não fazer experiências a preto-e-branco, o que podia ser uma boa oportunidade para brincar e ganhar experiência, mesmo que não seja esse o logótipo ou a marca final na qual se vai trabalhar.

Se não acreditam, consideremos os seguintes dois logótipos.

Estes são fáceis certos? Da esquerda para a direita, o primeiro é o logo da Nike, e o segundo da Playboy. São a preto-e-branco. São simples, e altamente eficientes. Mesmo sem texto, estes logótipos, ou marcas/símbolos, dão a entender exactamente as empresas que eles representam. É claro que são empresas muito conhecidas que, ao princípio, usavam o texto e o símbolo juntos, por exemplo, mostrava-se o símbolo da Nike juntamente com a palavra Nike. Ao fim de algum tempo (leia-se, anos), o facto de a empresa ser tão popular permitiu-lhe retirar o texto “Nike” e apresentar apenas o símbolo do “visto”.

Lá por ser monocromático não quer dizer que tenha de ser complicado. O simples facto de ser a preto-e-branco é já em si um nível de simplicidade alcançado.

Os logótipos também podem ser apenas texto, em que apenas é usado o seu elemento tipográfico e o jogo das suas formas para representar a empresa.


E depois também há muitos outros que usam ambos os elementos, texto e símbolo, para melhor expressarem a empresa ou instituição que querem representar.


Nada mau para preto-e-branco. Da próxima vez que estiverem frente a frente com o processo criativo, porque não experimentar o preto-e-branco? Além do mais, a maior parte dos logótipos são feitos também com uma versão monocromática e/ou outra a preto-e-branco para imprimir em determinados tipos de suporte ou quando o uso de mais de uma cor não é possível (por exemplo, papel de carta ou fax). Portanto, logo aí, já se está a encurtar trabalho. É claro que isto não é uma desculpa para um trabalho medíocre, a “magia” monocromática de alguns deste logos aqui mostrados devem-se à qualidade dos mesmos, e certamente ao empenho e à criatividade por detrás deles.

Para mais logos monocromáticos (não só a preto-e-branco), vejam 40 logotipos a negativo para uma amostra.

E já agora, o Patrício tem também uma óptima amostra de logótipos, que servem como bom exemplo de algumas das coisas e conceitos já mencionados, portanto se ainda não foram, vão agora ver alguns dos logótipos a preto-e-branco dele: http://www.dznpuro.com/ver.02/cmyk/logotipos

Este artigo é da autoria de João Paulo que de forma expontânea ofereceu-se para escrever este interessante artigo.  e como a filosofia deste blog sempre foi baseado na partilha de conhecimentos entre as pessoas, aceitei sem reservas o convite.
É gratificante confirmar que há pessoas (blogosfera) que observam o nosso trabalho de forma passiva, e que se preocupam com os detalhes gráficos, e às vezes surge os comentários. Acho que este artigo é o reflexo da minha postura profissional quando crio uma nova identidade corporativa, pois até hoje sempre tive o cuidado de pensar “sempre” a preto-e-branco, em parte devido à aprendizagem académica (old school) e também de muita pesquisa (on-line).
Um bom logótipo deve ser simples.
Um bom logótipo deve atrair, seduzir e encantar
Um bom logótipo consiste em conseguir o balanço perfeito entre o design e a funcionalidade...

segunda-feira, abril 26, 2010

GRAFFITI DIGITAL


Este projecto só é possível graças à maestria de Johnny Chung Lee, que criou um software (WiimoteWhiteBoard) que permite conectar através de bluetooth um comando (wiimote) da consola Wii da Nintendo, a qualquer computador (Mac ou PC). O colectivo Jam Jar desenvolveu uma aplicação de código aberto (open source) em Flash/Air, que permite pintar.

O projecto GRAFFITI DIGITAL que apresento é baseado nos recursos de software que mencionei. Foram acrescentadas algumas melhorias estéticas e funcionais na nova aplicação, para ser usado como um programa para pintar graffiti de modo virtual. A tela de retroprojecção foi desenhada para servir de suporte à imagem projectada na tela.

A tela ROSCO (preta) foi adquirida na loja Light Set (Matosinhos), e a estrutura foi produzida em inóx (Produção caseira).

Acredito que é um projecto inovador, que poderá proporcionar novos meios de interacção às pessoas de diferentes faixas etárias, e levando-as a perceber que este género de tecnologias estão ao alcance de qualquer um...

// Projecto:
1 x Projector
1 x Tela retroprojecção
1 x Wiimote
1 x Spray IR Led e/ou Caneta IR Led
1 x Aplicação Flash AIR (PC / Mac)

// Público Alvo:
Eventos Socio-Cultural
Festas para Crianças/Jovens
Workshops (Multimédia)

// Agradecimentos:
- Johnny Chung lee (Wiimotewhiteboard / PC)

- Uweschmidt (Wiimotewhiteboard / Mac)

- Friispray (Open Source Infra-red Graffiti)

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Leva.me contigo...



Desenhos sobre o Alto Minho desenhados à mão com caneta esferográfica. (ver)

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Leva-me ao peito...

Por vezes sentimos a motivação para concretizar ideias de gaveta, que prevalecem no esquecimento e teimam em se manter no seu cantinho. Ora, como iniciou um novo ano, pareceu também oportuno fazer algo de novo, melhor dizendo, tomar novas iniciativas mesmo que à partida sejam de algum risco.

Mas, como diz o ditado: - Quem não arrisca, não petisca!

O projecto LEVA.ME começa agora a dar provas de querer ser algo mais sério, e portanto a primeira grande decisão foi registar no INPI este projecto como uma marca. A bolsa em Tyvek que surgiu no início do projecto serviu essencialmente como cartão de visita, mas julgamos que, existem uma necessidade e vontade de tornar a mesma bolsa num objecto mais funcional e prático, e menos conceptual. Por isso, estamos a trabalhar nesse sentido de apresentar em breve uma nova proposta da referida bolsa, e quanto à abordagem gráfica, esta seguirá a mesma essência inicial do projecto, ou seja, explorar a etnografia regional a nível nacional.
Em breve estarão disponiveis no site, uma nova colecção de pregadeiras com ilustrações de autor.

sábado, janeiro 16, 2010

Repensar o Design


We are experiencing a “new normal” as the global economy begins to recover. How should we be thinking about the role of design now and looking forward to 2020? Coca-Cola has a point of view that we are in the midst of a “redesigning of design.” David Butler talks about the role of designers in society, the opportunities for design thinking in a holistic systems approach, and why “the need for design has never been greater.” in, AIGA Design Conference October 2009.
Orador: David Butler (responsável pelo re-design da Coca-Cola).

Manifesto (design com Z)

segunda-feira, dezembro 07, 2009

DESIGN NÃO É CARIDADE - PARTE III

A Experimentadesign 2009, já terminou, e todos os projectos que participaram na mesma.

Durante o meu manifesto "Design não é caridade - Projecto Coca-Cola Light", recebi o apoio de inúmeras pessoas, que se identificaram com o manifesto, assim como de algumas entidades nacionais.
Recebi o apoio de algumas entidades, com um papel relevante, no destaque, apoio, e representação do design português. Recebi igualmente o parecer destas entidades sobre o projecto Coca-Cola Light, tendo sido este parecer enviado directamente para o meu e-mail pessoal. Destas entidades tive a promessa, que iriam confrontar a Experimentadesign/Coca-Cola Light, sobre as condições de trabalho "oferecidas" aos designers no referido projecto.
Prometeram...mas até á data, não recebi qualquer tipo de reposta, sobre os resultados deste "confronto", que visava perceber o porquê das condições de trabalho oferecidas aos designers neste projecto.
Não posso contudo deixar de demonsntrar a minha profunda desilusão, por até á data não ter sido contactada para me informarem dos resultados deste "confonto...Já coloco a questão:Será que esse "confronto" foi mesmo realizado? Talvez o sistema nacional, politico, social não abone em favor deste tipo de "confontos"....Talvez precisem todos uns dos outros...não dá jeito...
O projecto Efeito D( marca que comercializa objectos, cujas vendas revertem a favor de crianças com trissomia 21), também esteve presente, numa das exposições da experimentadesign. Esta marca contactou designers nacionais e estrangeiros, para desenharem peças (a titulo gratuito), para ajudar crianças com sindrome de down. Penso que todos nós designers participantes, o fizemos com todo o gosto do mundo, visto a causa ser tão nobre.
Mas a questão que aqui coloco não é esta...aos designers internacionais convidados pela marca, foi oferecido por parte da EXD(experimentadesign), a deslocação a Lisboa e respectiva estadia, para estarem presentes na inauguração da exposição da marca Efeito D.
Eu pergunto: Se a EXD teve verba para trazer os designers internacionais(participantes no projecto Efeito D) a Portugal e pagar-lhes a respectiva estadia e viagem ... Não haveria de haver aí uns "eurozitos" para pagar (somente) as despesas de produção aos designers(nacionais) para a recriação dos objectos da Campanha Coca-Cola Light?
Diferenças de tratamento entre designers nacionais e estrangeiros, não deveriam de acontecer de forma tão explicita...
O design português tem demasiado Glamour...mas pouca autenticidade nas atitudes.
Quem disse que o que é nacional é bom?
Fonte: Naulila Luis

Talento Nacional


Hoje dedico este espaço a duas pessoas que tenho o prazer de conhecer, e na qual convivi durante a nossa formação como futuros Designers do Produto, no Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Eles são respectivamente Carina Bernardete e Daniel Vieira. São uma dupla de jovens designers com uma carreira promissora, onde ambos transmitem uma forte motivação criativa e crescente qualidade profissional. Para mim, enquanto colega é admiravel comtemplar esta fusão de ideias e cumplicidade artística.
Sobre o Daniel Vieira quero salientar o facto, de que, no presente ano foi distinguido com o prémio Daciano da Costa, inserido na atribuição dos Prémios Nacionais de Design 2009. Pelo que tenho oportunidade de acompanhar, o Daniel sempre foi uma pessoa com uma postura excepcional a nível, social, humano e artístico.


A multifacetada Carina, também revela uma enorme sensibilidade para o acto criativo, quem a conhece sabe que ela transpira criatividade, no modo de estar com a vida. Actualmente, trabalha em parceria com a agência de design Tripledesign.

Só posso desejar a ambos, que continue esta caminhada pelo bom nome do Design Nacional. Convido-vos a visitarem os seus respectivos portfólios.

domingo, novembro 29, 2009

PRO+ abriu em Braga

A Promais anunciou hoje (28.11.2009) a tão esperada loja da Rua do Souto (Braga), um dos maiores investimentos de sempre num espaço dedicado exclusivamente à marca Apple em Portugal.
A Promais – Rua do Souto é um novo espaço gerido pela Promais, líder de vendas online Apple em Portugal, que a partir desse dia muda a sua sede para um edifício situado na Rua do Souto, em Braga. Será uma loja com milhares de artigos em stock permanente, prontos a experimentar e a comprar imediatamente, ou a serem expedidos para todo o país em 24h.

Slideshow da abertura oficial

quarta-feira, novembro 25, 2009

Transparências...

Caros designers, ainda bem que existe transparência...
  
99.500,00 € - Prestação de serviços de design com vista à criação e desenvolvimento do Portal Centenário da República - Henrique Cayatte - Design, Lda.
90.000,00 € - Prestação de serviços de design global do estacionário da Comissão Nacional e dos materiais de suporte à comunicação dos diferentes eixos programáticos - Henrique Frederico Cantiga Cayatte (recibos verdes?). Ajuste directo? Sem concurso público, portanto... Viva a República, Viva Portugal!


Mais pormenores  em:
www.transparencia.pt
www.centenariorepublica.pt
centenario-republica
www.ionline.pt

Finalmente um orgão de comunicação de referência pega no caso dos gastos da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República que já tinha sido denunciado aqui. Acontece que eu espanto-me que não cause enorme escândalo o facto do design do deste simples site ter sido adjudicado por 99.500,00 euros. Eu pasmo com a naturalidade com que se aceita que se gastem às expensas dos impostos dos cidadãos 90,000,00 euros em "estacionário" (envelopes, canetas, papel de carta etc.).
De resto, com a sua empresa a facturar 180.000,00 euros nestes dois ajustes directos, Henrique Cayatte só pode estar feliz: uma comenda da republica no dia 10 de Junho será a cereja no topo do bolo.

Publicada por João Távora em Quinta-feira, Outubro 08, 2009

Ainda a "talho de foice" é preciso notar que o concurso inicial para o desenho da marca do centenário da República, promovido pelo CPD (presidente Henrique Cayatte), não teve vencedores. O concurso foi direccionado para recém licenciados porque, segundo justificação do CPD a um dos membros do júri, não havia dinheiro para pagar a designers profissionais.


sexta-feira, novembro 06, 2009

ID.23


ID.23 é um projecto nacional de dois designers (Ricardo Fonseca e Sérgio Zenha). Malas em pele com um recorte urbano e com um conceito interessante, o qual partindo de um tamanho standard, se expande adaptando-se ao seu novo contexto. Como conheço pessoalmente o Ricardo, tenho de o felicitar pelo empenho, dedicação, persistência, e principalmente por acreditar neste projecto. Parabéns à dupla de designers.
P.s. - Existem vários modelos, mas coloquei aqui no blog o modelo "Coimbra", por ter sido eleito o meu favorito.
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